quarta-feira, 6 de maio de 2009
A Alma humana
Destituiu-se de si.
Paira,
Na bruma
Das tardes cinzentas,
Sem tranquilidade,
Sem paz.
Percorre,
Os infinitos caminhos
Do Mundo,
As estradas desertas,
Sem rumo pré-determinado.
Procura,
O Paraíso perdido
Em todos os corpos outros,
Sem saber,
Qual a sua linhagem.
Ofusca-se,
Com os raios do Sol,
Que iluminam
As suas diversas faces.
Vagueia,
Pelas ondas imensas
Do mar revoltoso,
Companheiro dos ventos do Norte.
Ah, os ventos do Norte!
Tudo arrastam,
Movem,
Deslocam
Ou fazem serenar,
No redemoinho universal
Da Vida,
Que rodopia por todos os espaços.
Isabel Rosete
Aniquilemos todos os opressores,
Todos os vendedores
De banha-da-cobra,
Todos os retóricos,
Todos os sofistas.
Recusemos o parecer-ser,
A vulgaridade instituída
Pelo consumismo exacerbado,
A identidade imposta,
Que nos devora as entranhas.
Soltemos todas as máscaras dissimuladas,
Todos os visos deformados
Pela glória das estátuas amputadas,
Pelo sopro sórdido
Das vozes maledicentes.
Criemos um Mundo novo,
Uma outra escala de valores,
Sem freios totalitários,
Sem sombras escusas,
Sem opacos véus.
Pairemos sobre as Estrelas,
Fontes das essências iluminadas,
Camufladas pela trivialidade
Das vivências desnorteadas,
Das mentes bicéfalas.
Alimentemos o pensamento do Ser,
Fundamento do des-abrochar
De todas as coisas,
Nascente musical
Dos sons eternos e imaculados.
Isabel Rosete
Todos os vendedores
De banha-da-cobra,
Todos os retóricos,
Todos os sofistas.
Recusemos o parecer-ser,
A vulgaridade instituída
Pelo consumismo exacerbado,
A identidade imposta,
Que nos devora as entranhas.
Soltemos todas as máscaras dissimuladas,
Todos os visos deformados
Pela glória das estátuas amputadas,
Pelo sopro sórdido
Das vozes maledicentes.
Criemos um Mundo novo,
Uma outra escala de valores,
Sem freios totalitários,
Sem sombras escusas,
Sem opacos véus.
Pairemos sobre as Estrelas,
Fontes das essências iluminadas,
Camufladas pela trivialidade
Das vivências desnorteadas,
Das mentes bicéfalas.
Alimentemos o pensamento do Ser,
Fundamento do des-abrochar
De todas as coisas,
Nascente musical
Dos sons eternos e imaculados.
Isabel Rosete
Nascemos com o rótulo
De animais racionais.
Aristóteles assim o determinou,
Um dia.
Mas,
O que diremos
Dessa racionalidade,
Perante o des-equilíbrio
Da Terra e dos Céus?
O que diremos
Do vandalismo ecológico,
Da de-sordem do Mundo,
Ou caos cósmico?
O que diremos
Da inversão dos os valores,
Do aparecimento de outros valores,
Sem fundamento plausível?
O que diremos
Da indignidade,
Da des-igualdade
E da intolerância?
O que diremos
Da intransigência,
Da insensatez,
Da mesquinhez,
Sordidamente dissimulada
O que diremos
Da indiferença,
Do vazio das palavras
E da solidão do Ser?
Respondei-me,
Vós,
Oh Humanidade!
Arrogante,
Hipócrita,
Em des-norte
Nem sempre encoberto.
Isabel Rosete
SOBRE O “HORROR DO VAZIO” DA POLÍTICA À PORTUGUESA
Por: Isabel Rosete
Afirmo, com toda a convicção e, portanto, sem qualquer espécie de reservas, freios ou receios, "o horror do vazio" da actual política à portuguesa manifestado, pelo menos, em sete pontos cruciais:
1. Na ausência de questões realmente inteligentes e politicamente prioritárias, que urge, necessariamente, discutir e, sobretudo, solucionar: as da Educação, da Saúde e da Justiça, pilares de um Estado forte, de um País culto e desenvolvido; as do Desemprego ou da Miséria Social crescente, sinais da mediocridade e da penúria deste (des)governo que, neste momento, às portas da próxima tríade eleitoral/2009, convém camuflar, naturalmente à luz dissimulada das estatisticas elaboradas por mentes de habilidades míopes;
2. No des-equilíbrio mental de políticos desesperados, em pré-campanha eleitoral, onde o "vale-tudo" é a lei imperativa, para que nenhum voto se perca, mesmo que oriundo das minorias da e na moda, nunca antes mencionadas ou requisitadas, nunca antes ouvidas… (a política também tem moda(s)!);
3. Na mediocridade do “Magalhães” suposto instrumento didáctico fundamental para a aprendizagem da Língua portuguesa, nossa Pátria e Mátria quase repleto de erros ortográficos graves passíveis de serem detectados, com toda a facilidade, por uma criança de 11 anos. O “Magalhães que, afinal, não é uma criação genuinamente portuguesa, não obstante ter sido apresentado, pelo Senhor Primeiro Ministro e pela Senhora Ministra da Educação, como um das grandes medidas, completamente inéditas, da “nova filosofia” da (des) educação nacional;
4. Na ignorância etimológica, impeditiva da percepção do autêntico e originário significado das palavras (se agora assim é, o que acontecerá depois da implementação generalizada do tão famigerado "acordo ortográfico”?!), que os conduz a associar o logicamente incompatível, como as problemáticas tão distintas, dos “casamentos gays” e da Eutanásia, entre as quais não há co-ligação conceptual possível. E Isto é, “claramente visível” (como diría Camões) para qualquer um, com ou sem diploma de um suposto curso superior qualquer, conseguido sabe-se lá como e porque meios;
5. Na limitação dessa massa em putrefacção e constante contradição - completamente paradoxal no pensar, no dizer e no fazer - preenchedora dos des-virtuados neurónios que integram os seus encéfalos insanos, estagnados em qualquer estádio de desenvolvimento do "mau-senso", ainda não descoberto (o que diría Darwin desta forma de des-evolução mental da espécie humana?);
6. O horror da insensibilidade à essência da Natureza e, sobretudo, o horror da insensibilidade à essência da Vida humana. (Este é o último ponto desta minha breve reflexão. Porém, aquele que todos os outros fundamenta).
7. O horror, enfim, da pobreza de espírito de todos os Zé(s) Sócrates e de todos os Almeida(s) Santos que se multiplicam, pelo território nacional (será que ainda somos uma Nação!?), como larvas adulteradas, como ervas daninhas, absolutamente indesejáveis, pela repugnância, pelo vómito imediato que provocam nas escassas mentes sãs que, ainda, sobrevivem ao descalabro axiológico, asquerosamente semeado pelos ex-traordinários estadistas que vocês elegeram (porque que eu não os elegi!);
Em forma de apelo, lembro e sublinho:
1. São estes homens – os Zé(s) Sócrates e os Almeida(s) Santo(s), repito, que vos/nos (des)governam;
2. São estes homens que vos/nos representam na Europa e no resto do Mundo Civilizado;
3. Serão estes os traços do nosso Rosto Luso? Será esta a nossa Idenditade Nacional? É desta forma, ridiculamente demente e descrente, que pretendemos ser lembrados pelas gerações futuras? (se sua Ex.ª, Dom Afonso Henriques, ressuscitasse, morreria, de imediato, no mesmo momento da sua própria ressurreição, com certeza, de enfarte do miocárdio!);
Tenho dito.
“O HORROR DO VAZIO”Por Mário Crespo, JN, 18/02/2009
"Depois de em Outubro ter morto o casamento gay no parlamento, José Sócrates, secretário-geral do Partido Socialista, assume-se como porta-estandarte de uma parada de costumes onde quer arregimentar todo o partido.
Almeida Santos, o presidente do PS, coloca-se ao seu lado e propõe que se discuta ao mesmo tempo a eutanásia. Duas propostas que em comum têm a ausência de vida. A união desejada por Sócrates, por muitas voltas que se lhe dê, é biologicamente estéril. A eutanásia preconizada por Almeida Santos é uma proposta de morte. No meio das ideias dos mais altos responsáveis do Partido Socialista fica o vazio absoluto, fica "a morte do sentido de tudo" dos Niilistas de Nietzsche. A discussão entre uma unidade matrimonial que não contempla a continuidade da vida e uma prática de morte, é um enunciar de vários nadas descritos entre um casamento amputado da sua consequência natural e o fim opcional da vida legalmente encomendado. Sócrates e Santos não querem discutir meios de cuidar da vida (que era o que se impunha nesta crise). Propõem a ausência de vida num lado e processos de acabar com ela noutro. Assustador, este Mundo politicamente correcto, mas vazio de existência, que o presidente e o secretário-geral do Partido Socialista querem pôr à consideração de Portugal. Um sombrio universo em que se destrói a identidade específica do único mecanismo na sociedade organizada que protege a procriação, e se institui a legalidade da destruição da vida. O resultado das duas dinâmicas, um "casamento" nunca reprodutivo e o facilitismo da morte-na-hora, é o fim absoluto que começa por negar a possibilidade de existência e acaba recusando a continuação da existência. Que soturno pesadelo este com que Almeida Santos e José Sócrates sonham onde não se nasce e se legisla para morrer. Já escrevi nesta coluna que a ampliação do casamento às uniões homossexuais é um conceito que se vai anulando à medida que se discute porque cai nas suas incongruências e paradoxos. O casamento é o mais milenar dos institutos, concebido e defendido em todas as sociedades para ter os dois géneros da espécie em presença (até Francisco Louçã na sua bucólica metáfora congressional falou do "casal" de coelhinhos como a entidade capaz de se reproduzir). E saiu-lhe isso (contrariando a retórica partidária) porque é um facto insofismável que o casamento é o mecanismo continuador das sociedades e só pode ser encarado como tal com a presença dos dois géneros da espécie. Sem isso não faz sentido. Tudo o mais pode ser devidamente contratualizado para dar todos os garantismos necessários e justos a outros tipos de uniões que não podem ser um "casamento" porque não são o "acasalamento" tão apropriadamente descrito por Louçã. E claro que há ainda o gritante oportunismo político destas opções pelo "liberalismo moral" como lhe chamou Medina Carreira no seu Dever da Verdade. São, como ele disse, a escapatória tradicional quando se constata o "fracasso político-económico" do regime. O regime que Sócrates e Almeida Santos protagonizam chegou a essa fase. Discutem a morte e a ausência da vida por serem incapazes de cuidar dos vivos."
"Depois de em Outubro ter morto o casamento gay no parlamento, José Sócrates, secretário-geral do Partido Socialista, assume-se como porta-estandarte de uma parada de costumes onde quer arregimentar todo o partido.
Almeida Santos, o presidente do PS, coloca-se ao seu lado e propõe que se discuta ao mesmo tempo a eutanásia. Duas propostas que em comum têm a ausência de vida. A união desejada por Sócrates, por muitas voltas que se lhe dê, é biologicamente estéril. A eutanásia preconizada por Almeida Santos é uma proposta de morte. No meio das ideias dos mais altos responsáveis do Partido Socialista fica o vazio absoluto, fica "a morte do sentido de tudo" dos Niilistas de Nietzsche. A discussão entre uma unidade matrimonial que não contempla a continuidade da vida e uma prática de morte, é um enunciar de vários nadas descritos entre um casamento amputado da sua consequência natural e o fim opcional da vida legalmente encomendado. Sócrates e Santos não querem discutir meios de cuidar da vida (que era o que se impunha nesta crise). Propõem a ausência de vida num lado e processos de acabar com ela noutro. Assustador, este Mundo politicamente correcto, mas vazio de existência, que o presidente e o secretário-geral do Partido Socialista querem pôr à consideração de Portugal. Um sombrio universo em que se destrói a identidade específica do único mecanismo na sociedade organizada que protege a procriação, e se institui a legalidade da destruição da vida. O resultado das duas dinâmicas, um "casamento" nunca reprodutivo e o facilitismo da morte-na-hora, é o fim absoluto que começa por negar a possibilidade de existência e acaba recusando a continuação da existência. Que soturno pesadelo este com que Almeida Santos e José Sócrates sonham onde não se nasce e se legisla para morrer. Já escrevi nesta coluna que a ampliação do casamento às uniões homossexuais é um conceito que se vai anulando à medida que se discute porque cai nas suas incongruências e paradoxos. O casamento é o mais milenar dos institutos, concebido e defendido em todas as sociedades para ter os dois géneros da espécie em presença (até Francisco Louçã na sua bucólica metáfora congressional falou do "casal" de coelhinhos como a entidade capaz de se reproduzir). E saiu-lhe isso (contrariando a retórica partidária) porque é um facto insofismável que o casamento é o mecanismo continuador das sociedades e só pode ser encarado como tal com a presença dos dois géneros da espécie. Sem isso não faz sentido. Tudo o mais pode ser devidamente contratualizado para dar todos os garantismos necessários e justos a outros tipos de uniões que não podem ser um "casamento" porque não são o "acasalamento" tão apropriadamente descrito por Louçã. E claro que há ainda o gritante oportunismo político destas opções pelo "liberalismo moral" como lhe chamou Medina Carreira no seu Dever da Verdade. São, como ele disse, a escapatória tradicional quando se constata o "fracasso político-económico" do regime. O regime que Sócrates e Almeida Santos protagonizam chegou a essa fase. Discutem a morte e a ausência da vida por serem incapazes de cuidar dos vivos."
Subscrever:
Mensagens (Atom)