Urge uma enorme mudança de mentalidades, hoje cada vez mais distorcidas, cruéis, atrozes, em nome da implementação definitiva e cumprida dos valores autenticamente humanos, que repelem os anti-valores massivamente em vigor e determinantes das condutas particulares e públicas: a discriminação, a hipocrisia, o xenofobismo, a intolerância, a ausência de solidariedade...
Enquanto essa mutação não for realiza, as pedras nunca mais voltarão ao seu lugar natural: calçadas, ruas, praças, montanhas...
Esta mudança é, na verdade, a grande revolução intelectual que devemos operar neste século, em concomitância com um agir visivelmente adequado.
Quando este ideal (não utópico) se concretizar, as pedras deixarão de ser armas e continuarão a ser simples pedras.
Isabel Rosete
quarta-feira, 29 de setembro de 2010
CONVITE:
A Galeria-Bar Perlimpimpim e a autora têm a honra de convidar Vossa Ex.ª, familiares e amigos, para a 8ª sessão de apresentação de "Vozes do Pensamento", um livro de Isabel Rosete, a realizar no "Perlimpimpim", Gafanha da Vagueira, no dia 2/10/2010, às 22.00h.
Um espectáculo de Poesia e Piano.
Algumas palavras e outros sons que dizem respeito e são do agrado de todos.
Sessão de autógrafos personalizada.
Saudações Poéticas,
IR - http://isabelrosetevozes.blogspot.com/
Um espectáculo de Poesia e Piano.
Algumas palavras e outros sons que dizem respeito e são do agrado de todos.
Sessão de autógrafos personalizada.
Saudações Poéticas,
IR - http://isabelrosetevozes.blogspot.com/
domingo, 26 de setembro de 2010
“Porque transformam os filósofos perguntas aparentemente simples em questões tão complexas e confusas?
O livro “Que Diria Sócrates?” (do projecto askphilosophers.org) prova que a filosofia não é um assunto do passado, mas é uma actividade extremamente viva e actual. Formula-se questões e vários filósofos respondem com teorias suportadas em argumentos, desafiando-nos a pensar melhor e a reavaliar criticamente as nossas crenças. Seleccionei uma passagem que aborda a temática das «perguntas filosóficas».
“Porque transformam os filósofos perguntas aparentemente simples em questões tão complexas e confusas?
Alexander George: Não há razão para pensar que uma pergunta simples tenha de ter uma resposta simples. A pergunta «Porque há marés?» é deveras simples; uma boa resposta a esta pergunta é deveras complexa. (Mas talvez considere que, regra geral, as perguntas a que os filósofos respondem de modo complexo podem ser respondidas de forma simples!)
Podemos ir mais longe e interrogar-nos sobre o porquê de as perguntas simples não terem, o mais das vezes, respostas simples. Bom, é uma excelente pergunta simples e suspeito que não tenha uma resposta simples! Em filosofia é frequente que as perguntas peçam uma explicação, ou uma racionalização, de algo em que acreditamos; por exemplo, um filósofo poderá querer saber porque acreditamos que as outras pessoas são seres conscientes (muito embora jamais possamos ter experiência directa disso e, portanto, jamais tenhamos indícios do estado de consciência de outros). Por vezes, a noção que um filósofo tem do que constitui uma boa explicação é semelhante à do cientista: uma explicação que recorre a teses básicas que, através do processo de inferência, nos conduzem a dado momento a muitas consequências interessantes e variadas. Dito de outra maneira, os filósofos procuram constantemente teorias, explicações que tragam ordem a um leque de fenómenos previamente desconectados, ou ainda que os sistematizem, explicações essas através das quais mostram como todos estes fenómenos se seguem de determinados pressupostos básicos. E as teorias, porque procuram espremer o máximo sumo possível de uma quantidade mínima de afirmações iniciais, podem implicar cadeias de raciocínio complexas. O caminho que liga os pontos de partida Às conclusões pode ser longo e sinuoso. O que pode parecer – e de facto é – uma tarefa complicada”.
Fonte:
Alexander George (.org) – Que Diria Sócrates? Os filósofos respondem às suas perguntas sobre o amor, o nada e tudo o resto. Tradução de Cristina Carvalho. Revisão científica de Aires Almeida. Lisboa: Gradiva, Julho de 2008, pp. 293-294.
“Porque transformam os filósofos perguntas aparentemente simples em questões tão complexas e confusas?
Alexander George: Não há razão para pensar que uma pergunta simples tenha de ter uma resposta simples. A pergunta «Porque há marés?» é deveras simples; uma boa resposta a esta pergunta é deveras complexa. (Mas talvez considere que, regra geral, as perguntas a que os filósofos respondem de modo complexo podem ser respondidas de forma simples!)
Podemos ir mais longe e interrogar-nos sobre o porquê de as perguntas simples não terem, o mais das vezes, respostas simples. Bom, é uma excelente pergunta simples e suspeito que não tenha uma resposta simples! Em filosofia é frequente que as perguntas peçam uma explicação, ou uma racionalização, de algo em que acreditamos; por exemplo, um filósofo poderá querer saber porque acreditamos que as outras pessoas são seres conscientes (muito embora jamais possamos ter experiência directa disso e, portanto, jamais tenhamos indícios do estado de consciência de outros). Por vezes, a noção que um filósofo tem do que constitui uma boa explicação é semelhante à do cientista: uma explicação que recorre a teses básicas que, através do processo de inferência, nos conduzem a dado momento a muitas consequências interessantes e variadas. Dito de outra maneira, os filósofos procuram constantemente teorias, explicações que tragam ordem a um leque de fenómenos previamente desconectados, ou ainda que os sistematizem, explicações essas através das quais mostram como todos estes fenómenos se seguem de determinados pressupostos básicos. E as teorias, porque procuram espremer o máximo sumo possível de uma quantidade mínima de afirmações iniciais, podem implicar cadeias de raciocínio complexas. O caminho que liga os pontos de partida Às conclusões pode ser longo e sinuoso. O que pode parecer – e de facto é – uma tarefa complicada”.
Fonte:
Alexander George (.org) – Que Diria Sócrates? Os filósofos respondem às suas perguntas sobre o amor, o nada e tudo o resto. Tradução de Cristina Carvalho. Revisão científica de Aires Almeida. Lisboa: Gradiva, Julho de 2008, pp. 293-294.
terça-feira, 14 de setembro de 2010
COMO SE FAZ UM FILÓSOFO
Falamos o tempo todo de existência e é obviamente um conceito fundamental, mas o que quer dizer exactamente? Isto revela-se algo extraordinariamente difícil. A pergunta é enigmática, mas é possível fazer progressos (…). E a existência não é um tópico que a ciência possa alguma vez vir a ser capaz de dar conta. É uma questão puramente filosófica, simples mas surpreendentemente confusa. Pensar sobre ela faz-nos ver que mesmo os nossos conceitos mais básicos não são claros para nós; usamo-los sem grande problemas, mas não temos qualquer compreensão articulada do que envolvem. É aqui que a Filosofia entra. E isto mostra que é um erro pensar que todas as questões genuínas são científicas ou empíricas. Na verdade a própria ciência levanta problemas filosóficos.
O mesmo acontece com a Literatura, com a História, a Economia, as Ciências da Computação, a Matemática e assim por diante. Na Matemática, por exemplo, há a questão de saber de onde vieram os números: será que são apenas marcas num papel, ou ideias na mente dos matemáticos? Será que são, como Platão pensava, entidades objectivas e independente da mente que existem fora do espaço e do tempo? Nada daquilo que aprendemos numa aula normal de Matemática nos pode dar a preparação necessária para responder a tais perguntas (...). Nas ciências empíricas, as teorias são criadas para explicar os dados que foram observados, e consideramos muitas vezes que estas teoria fornecem descrições corretas da realidade. Mas note-se que esta caracterização da ciência usa vários conceitos que precisam urgentemente de ser elucidados: o que é uma teoria? O que é uma explicação? O que distingue uma observação da teoria usada para a explicar? O que é a verdade? O que é a realidade? A ciência opera com estes conceitos, mas não tem recursos para os explicar. O mesmo acontece com as ciências sociais: também usam os conceitos que acabamos de referir, mas também invocam conceitos como o de razão ou motivo, assim como conceitos normativos como o de correcto e obrigatório – e estes conduzem-nos à filosofia moral e política, assim como à filosofia da mente. As artes empregam conceitos estéticos como os de beleza e representação, que levantam questões filosóficas: é a beleza subjectiva ou objectiva? Será que toda a representação artística é fundamentalmente do mesmo tipo? O que determina o valor estético de uma obra de arte? Depois há os conceitos extremamente gerais que surgem de súbito em todo o lado – tempo, causalidade, necessidade, existência, objecto, propriedade, identidade. Nenhuma disciplina científica nos pode dizer o que estes conceitos envolvem, porque são pressupostos para quaisquer destas disciplinas; precisamos da Filosofia para compreender estes conceitos. Por exemplo: é a causalidade simplesmente uma questão de simples conjunção constante de acontecimentos (…) ou será que envolve um elemento de conexão necessária? E que tipo de necessidade pode ser? Será qualquer coisa como a verdade necessária de «os solteiros não são casados»?
Estas são as perguntas que os seres humanos fazem naturalmente e acerca das quais têm estado perplexos desde que se registou pela primeira vez o pensamento articulado. As crianças fazem perguntas filosóficas espontaneamente, para grande frustração dos pais (…). O filósofo é apenas alguém com interesses particularmente fortes sobre estas velhas questões universais; é a encarnação de um género de curiosidade humana (…). Claro que é fácil ficar impaciente com estas questões, pois não admitem resolução científica. Porém, na verdade esta é uma resposta de filisteu combinada com fetiche científico. A ciência é sem dúvida uma tarefa importante e nobre, mas não é a única forma de investigação intelectual com valor. Não devemos abraçar a ideia de que uma pergunta ou é científica ou coisa nenhuma”.
Fonte: Colin McGinn – Como se faz um filósofo. Tradução de Célia Teixeira. Revisão científica de Desidério Murcho. Bizâncio, Março de 2007, pp. 247-249.
Isabel Rosete
O mesmo acontece com a Literatura, com a História, a Economia, as Ciências da Computação, a Matemática e assim por diante. Na Matemática, por exemplo, há a questão de saber de onde vieram os números: será que são apenas marcas num papel, ou ideias na mente dos matemáticos? Será que são, como Platão pensava, entidades objectivas e independente da mente que existem fora do espaço e do tempo? Nada daquilo que aprendemos numa aula normal de Matemática nos pode dar a preparação necessária para responder a tais perguntas (...). Nas ciências empíricas, as teorias são criadas para explicar os dados que foram observados, e consideramos muitas vezes que estas teoria fornecem descrições corretas da realidade. Mas note-se que esta caracterização da ciência usa vários conceitos que precisam urgentemente de ser elucidados: o que é uma teoria? O que é uma explicação? O que distingue uma observação da teoria usada para a explicar? O que é a verdade? O que é a realidade? A ciência opera com estes conceitos, mas não tem recursos para os explicar. O mesmo acontece com as ciências sociais: também usam os conceitos que acabamos de referir, mas também invocam conceitos como o de razão ou motivo, assim como conceitos normativos como o de correcto e obrigatório – e estes conduzem-nos à filosofia moral e política, assim como à filosofia da mente. As artes empregam conceitos estéticos como os de beleza e representação, que levantam questões filosóficas: é a beleza subjectiva ou objectiva? Será que toda a representação artística é fundamentalmente do mesmo tipo? O que determina o valor estético de uma obra de arte? Depois há os conceitos extremamente gerais que surgem de súbito em todo o lado – tempo, causalidade, necessidade, existência, objecto, propriedade, identidade. Nenhuma disciplina científica nos pode dizer o que estes conceitos envolvem, porque são pressupostos para quaisquer destas disciplinas; precisamos da Filosofia para compreender estes conceitos. Por exemplo: é a causalidade simplesmente uma questão de simples conjunção constante de acontecimentos (…) ou será que envolve um elemento de conexão necessária? E que tipo de necessidade pode ser? Será qualquer coisa como a verdade necessária de «os solteiros não são casados»?
Estas são as perguntas que os seres humanos fazem naturalmente e acerca das quais têm estado perplexos desde que se registou pela primeira vez o pensamento articulado. As crianças fazem perguntas filosóficas espontaneamente, para grande frustração dos pais (…). O filósofo é apenas alguém com interesses particularmente fortes sobre estas velhas questões universais; é a encarnação de um género de curiosidade humana (…). Claro que é fácil ficar impaciente com estas questões, pois não admitem resolução científica. Porém, na verdade esta é uma resposta de filisteu combinada com fetiche científico. A ciência é sem dúvida uma tarefa importante e nobre, mas não é a única forma de investigação intelectual com valor. Não devemos abraçar a ideia de que uma pergunta ou é científica ou coisa nenhuma”.
Fonte: Colin McGinn – Como se faz um filósofo. Tradução de Célia Teixeira. Revisão científica de Desidério Murcho. Bizâncio, Março de 2007, pp. 247-249.
Isabel Rosete
sábado, 11 de setembro de 2010
Breves constatações sobre um Portugal de demissionários
1. Vivemos, hoje, num Pais de demissionários, de gentes sem rosto e sem voz própria, convicta ou determinada;
2. Vivemos, hoje, no silêncio mórbido dos que não sabem como salvar este País em marés de desalento, em estado de naufrágio total. Completamente alagados, na sua ausência de ideais, os mandantes ou (des)mandantes nacionais talvez seja este o termo mais adequado navegam, sem norte, nos mares da dissimulação, da mentira, e do faz-de-conta, sem escrúpulos ou peso nas suas consciências inconscientes;
3. Vivemos, hoje, banhados por um regime político incógnito e, naturalmente, indefinível e impassível de qualquer espécie de adjectivação apropriada, porque: vagueamos na política da lamentável conveniência, do taxismo sem disfarce, da ausência da identidade nacional, do parecer-ser estatístico que pretende camuflar – pensam eles! – as misérias nacionais, apenas invisíveis perante a quadradice dos espíritos míopes.
Isabel Rosete
1. Vivemos, hoje, num Pais de demissionários, de gentes sem rosto e sem voz própria, convicta ou determinada;
2. Vivemos, hoje, no silêncio mórbido dos que não sabem como salvar este País em marés de desalento, em estado de naufrágio total. Completamente alagados, na sua ausência de ideais, os mandantes ou (des)mandantes nacionais talvez seja este o termo mais adequado navegam, sem norte, nos mares da dissimulação, da mentira, e do faz-de-conta, sem escrúpulos ou peso nas suas consciências inconscientes;
3. Vivemos, hoje, banhados por um regime político incógnito e, naturalmente, indefinível e impassível de qualquer espécie de adjectivação apropriada, porque: vagueamos na política da lamentável conveniência, do taxismo sem disfarce, da ausência da identidade nacional, do parecer-ser estatístico que pretende camuflar – pensam eles! – as misérias nacionais, apenas invisíveis perante a quadradice dos espíritos míopes.
Isabel Rosete
“Suplicas da minha alma”, por Isabel Rosete
A monotonia congela-me o cérebro. Irrita-me a Alma, ávida do sempre novo, do constantemente diferente, da metamorfose, do Mistério, do enigma, de todas as incógnitas…
A minha Alma suplica pelo desafio do desconhecido, do nunca antes visto ou imaginado. Do impensado e do impensável. Caminha para o impossível, para o reino efémero da ausência de limites, para o paralelamente infinito, para todos os caminhos, até mesmo para os mais recônditos.
A minha Alma procura a inocência primeira, a leveza do Ser de todas as coisas, animadas e inanimadas, terrestres e celestes, no seio dos dois lados da quadratura perfeita de um círculo por quatro pilares comandando: a Terra, o Céu; os Homens, os Deuses!
A Minha Alma busca o Imenso, na esperança de encontrar um Mundo novo, exemplar. Este já está gasto, saturado, des-governado, demasiadamente costumeiro para quem deseja ver mais longe, para quem almeja ver para além das ilusórias aparências que ofuscam o olhar primogénito.
A minha Alma procura, sem cessar, a Liberdade, qual espaço aberto de expansão total do Tudo, onde não há o acaso, nem o vazio, nem o nada.
A minha Alma quer percorrer os círculos viscerais de todos os entes. Ama a Totalidade, na sua grandeza, que foge aos estreitos limites do Tempo, do Espaço, do Destino… Vagueia por todos os lugares. Não cabe mais dentro de si própria. Procura o Aberto, onde o Todo se funde, em perpétua comunhão com o Ser, o Estar e o Pensar.
A minha Alma pensa o Mundo. Esmorece perante o caótico cenário da miséria humana. Intenta mudar o Mundo, a mente das gentes agrilhoadas à mesquinhez do mero sobreviver, à vileza dos pré-conceitos comuns. Quer ultrapassar as barreiras do Tempo e do Espaço. Quer ser eterna e nessa eternidade mover-se e mover o Universo.
Porém, não é narcísica! Vê-se ao espelho. Sempre. Reconhece a sua própria identidade, as suas faces e as faces que não são as suas. Sofre com todos os “Epimeteus”…Deseja todos os “Prometeus”… Sente-se só. Também, desamparada, neste espaço cósmico des-humanizado, que não suporta a disparidade da alteridade.
A minha Alma quer re-nascer num Mundo novo, com a hierarquia axiológica adequada…. Sem rótulos, sem rebanhos, sem congeminações forçadas e infundadas.
A minha Alma quer crescer no topos infinito de todos os Oceanos…
Isabel Rosete
A monotonia congela-me o cérebro. Irrita-me a Alma, ávida do sempre novo, do constantemente diferente, da metamorfose, do Mistério, do enigma, de todas as incógnitas…
A minha Alma suplica pelo desafio do desconhecido, do nunca antes visto ou imaginado. Do impensado e do impensável. Caminha para o impossível, para o reino efémero da ausência de limites, para o paralelamente infinito, para todos os caminhos, até mesmo para os mais recônditos.
A minha Alma procura a inocência primeira, a leveza do Ser de todas as coisas, animadas e inanimadas, terrestres e celestes, no seio dos dois lados da quadratura perfeita de um círculo por quatro pilares comandando: a Terra, o Céu; os Homens, os Deuses!
A Minha Alma busca o Imenso, na esperança de encontrar um Mundo novo, exemplar. Este já está gasto, saturado, des-governado, demasiadamente costumeiro para quem deseja ver mais longe, para quem almeja ver para além das ilusórias aparências que ofuscam o olhar primogénito.
A minha Alma procura, sem cessar, a Liberdade, qual espaço aberto de expansão total do Tudo, onde não há o acaso, nem o vazio, nem o nada.
A minha Alma quer percorrer os círculos viscerais de todos os entes. Ama a Totalidade, na sua grandeza, que foge aos estreitos limites do Tempo, do Espaço, do Destino… Vagueia por todos os lugares. Não cabe mais dentro de si própria. Procura o Aberto, onde o Todo se funde, em perpétua comunhão com o Ser, o Estar e o Pensar.
A minha Alma pensa o Mundo. Esmorece perante o caótico cenário da miséria humana. Intenta mudar o Mundo, a mente das gentes agrilhoadas à mesquinhez do mero sobreviver, à vileza dos pré-conceitos comuns. Quer ultrapassar as barreiras do Tempo e do Espaço. Quer ser eterna e nessa eternidade mover-se e mover o Universo.
Porém, não é narcísica! Vê-se ao espelho. Sempre. Reconhece a sua própria identidade, as suas faces e as faces que não são as suas. Sofre com todos os “Epimeteus”…Deseja todos os “Prometeus”… Sente-se só. Também, desamparada, neste espaço cósmico des-humanizado, que não suporta a disparidade da alteridade.
A minha Alma quer re-nascer num Mundo novo, com a hierarquia axiológica adequada…. Sem rótulos, sem rebanhos, sem congeminações forçadas e infundadas.
A minha Alma quer crescer no topos infinito de todos os Oceanos…
Isabel Rosete
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