sábado, 19 de fevereiro de 2011

A difícil arte de educar hoje
Por: Benedito Luciano Antunes de França*

Há uma falsa impressão de que o mundo contemporâneo proporciona muitas vantagens. De um lado, bens e serviços estão muito mais acessíveis do que há décadas atrás, decorrência das novas políticas econômicas, do processo de globalização e do incremento da produção em massa. Por outro lado, o emprego, e a garantia dele, além de justos salários, não acompanharam tais facilidades. Enfim, inovações comerciais e desvantagens empregatícias são uma constante, afrontando, diretamente, as eventuais propostas de ensino e de aprendizagem no Brasil.
Não admitimos, em razão de sua natureza epistemologicamente propedêutica, que a escola seja refém das forças intransigentes do “mercado de trabalho”, pois este é o filho caçula da relação entre “mercantilismo” e o “pensamento liberal”, fato consumado nos últimos cinco séculos. Anterior a ele, já existia a sociedade humana caracterizada pela vida coletiva, pelo respeito às regras, pela reflexão dos direitos e deveres, além das relações interpessoais garantidas pela cordialidade e pelo diálogo contínuo. Assim, sem estes condicionantes, a existência da escola torna-se ilegítima.
Ora, ensinar por ensinar, fundamentado em princípios especulativos, utópicos ou metafísicos, ilegítima a instituição escolar, porquanto há outras exigências pedagógicas que vão além destas. Sabemos, inclusive, que o aumento do número de matriculados no ensino médio brasileiro, nos últimos três anos, está condicionado a uma busca permanente de aperfeiçoamento profissional, sem o qual, muitas vezes, o emprego, a estabilidade empregatícia, uma melhor remuneração, não é mais possível.
Portanto, a escola deve, quando possível, adequar seus componentes curriculares e, por conseguinte, os seus conteúdos programáticos, a tais reivindicações; não como fim do processo pedagógico, mas como um meio. Visto que educar, desvinculando-se da realidade existencial e histórica, é projetar para o mundo social um sujeito alienado, inapto para o mercado e, sobretudo, para a existência social compartilhada.

* Professor - benefranca.professor@ig.com.br

IR
Stefan Cunha Ujvari, homem de ciência reconhecido, médico infectologista e autor de "A história da humanidade contada pelos vírus", lança "Pandemias: a humanidade em risco."

E ninguém melhor do que o conhecido médico e escritor Dráuzio Varella para comentar sobre o livro, em texto para a quarta capa:
“Comecei a ler este livro e não consegui parar. Já li e havia gostado dos anteriores de Stefan Cunha, sempre interessado na história das doenças infecciosas que nos afligem desde os primórdios da civilização, mas este mostra o escritor na maturidade.
Em linguagem claríssima e objetiva, Stefan faz uma análise criteriosa dos germes que poderão causar as futuras epidemias, num estilo que combina a precisão científica do infectologista competente com a do contador de histórias que volta e meia mergulha no passado em busca de acontecimentos que sirvam de lição para o futuro.
Quando terminei a leitura fiquei com a sensação de que havia entendido melhor a história do homem na Terra.”

IR

Livro: "Sexualidade - Educação para a Felicidade"

Foi recentemente publicado, pela faculdade de filosofia (UCP), o livro “Sexualidade e Educação para a felicidade”. O principal objectivo desta publicação consiste em repensar, no contexto actual, os modos de inscrição da sexualidade no ser e no agir do humano: no corpo, nos sentimentos, nas relações interpessoais, na visão do mundo e da vida, no projecto de formação para a felicidade.

É um livro constituído por 22 artigos, escritos por diversos autores, como por exemplo: o psiquiatra Enrique Rojas, o psicólogo Eduardo Sá, o teólogo e poeta José Tolentino Mendonça, entre outros…

Entre as páginas 105 e 117 encontra-se também um artigo escrito por mim; deixo aqui o abstract:
“This article deals with the philosophical anthropology of Martin Buber in order to explore the importance of the dialogical way of thinking for the development of a sexual ethics. A the center of Martin Buber's philosophical anthropology is the idea that the human being is intrinsically relational, so that the I-Thou encounter becomes truly foundational in the process of understanding human existence. After all, it is in and through the experience of Encounter that we truly become what we are: persons. Hence the goal of this article: to demonstrate that human sexuality receives its meaning from the I-Thou relationship and is oriented towards an authentic communion of the persons. Moreover, we also intend to present Sexual Education as something much beyond mere instruction about biological facts and, thus, as something to be centered upon an understanding of inter-personal love. Indeed, it is only in and through love that the human being truly becomes self, whereby at the center of the process remain values like dialogue and fidelity, love and responsibility”.
Keywords: Encounter, I‑Thou, Love, Martin Buber, Philosophical Anthropology, Sexual Ethics, Values.

Referência bibliográfica:

Faria, Domingos (2010) "Encontro personalizante e sexualidade: Uma perspectiva buberiana". In Gonçalves, Miguel et al. (orgs.) Sexualidade e educação para a felicidade. Braga: Ed. Aletheia – Associação Científica e Cultural, pp. 105-117.

Para encomendar livro: aletheiafacfil@braga.ucp.pt

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